quarta-feira, 6 de setembro de 2017

PHOTOGRAPHEIN apresenta: REVISITANDO MULHERES IMAGINADAS

Pôster de divulgação da exposição Revisitando Mulheres Imaginadas
Crédito da imagem: Cláudia Brandão

No dia 18 de agosto, às 16h, no espaço Mercosul Multicultural da UFPel, antigo prédio da Brahma (Pelotas), foi apresentada ao público a instalação "Revisitando Mulheres Imaginadas", que contou com um painel lambe-lambe, com 400 x 90 cm, produzido através de colagem digital de fotografias, pelos integrantes do PhotoGraphein, Ana Safons, Cláudia Brandão, Dhara Carrara, Guilherme Farias, Guilherme Sirtoli, Helena Barbieri e Ítalo Franco. A proposta resgata registros da Performance/Exposição "Mulheres Imaginadas", apresentada no mesmo espaço em dezembro de 2012, na cerimônia de sua instalação, propondo uma discussão artística acerca de imaginários que envolvem a figura da mulher em diferentes sociedades e tempos históricos. Esses registros foram acrescidos de novas produções fotográficas, que visam atualizar a discussão acerca da mulher na contemporaneidade, na consideração da atualidade da discussão. Na Galeria Brahma aconteceu uma roda de conversa com a participação da professora Cláudia Brandão, abordando a concepção do projeto; Tatiana Brandão, discutindo sobre a obra da artista estadunidense Cindy Sherman; e Ana Safons, Dhara Carrara, Guilherme Farias, Guilherme Sirtoli, Helena Barbieri e Ítalo Franco, apresentando as motivações de suas produções.

Ana Safons apresentou duas fotografias e teve como objetivo e potencialidade deste processo criativo subverter a narrativa socialmente estabelecida sobre o corpo da mulher. Foi explorado em suas produções, práticas corporais e a política contemporânea do corpo para tentar fazer com que o público reflita sobre os aminhos silenciosos pelos quais o poder penetra em nossa rotina. Mais do que sobre arte ou sobre teorias feministas e de gênero, sua imagem é sobre devolver o corpo da mulher a ela mesma, na sua prática cotidiana. A primeira imagem traz uma mulher negra e representa seu processo de branqueamento social, o que nos leva a refletir se essa mulher deve sujeitar-se a esse tipo de aceitação social, se ela precisa engolir a gosma branca que se prende ao seu corpo, com tantos significados.
A segunda imagem, onde representa uma mulher despida, plastificada, remodelada, traz a proposta de reflexão sobre a mulher mercadoria, que é oferecida ao mercado como objeto de consumo, que assim como a mulher negra, se objetifica ao procurar seduzir o outro através de fetiches do salto agulha, do sapato vermelho e a boca delineada com batom. Partindo do entendimento de que “O corpo é a casa que habitamos – e que escolhemos para viver”, a artista busca provocar uma insurreição a ideia de que o corpo ainda tem que se virar para seguir padrões impostos pela mídia e pela sociedade, onde esta procura a cada década remodelá-lo.

A artista visual Dhara Carrara expôs uma fotografia de uma mulher trans cobrindo os olhos. Esta imagem faz parte da série fotográfica Visivelmente Invisível que é composta por 79 fotos de diferentes mulheres da contemporaneidade. A imagem apresenta uma discussão sobre a diversidade e a invisibilidade da mulher na contemporaneidade e problematiza como tipo físico, orientação sexual, etnia e gênero são fatores utilizados como justificativa para um tratamento desigual, machista, estereotipado e ainda muito presente na atualidade, na mídia e na própria sociedade.

Guilherme Farias retrata produtos de consumo comercializados dentro da nossa sociedade que em suas embalagens e propagandas utilizam a imagem da mulher como um objeto de desejo para observador, o que torna de maneira negativa mulher e produto serem mesma coisa. Esta obra tem como objetivo tornar explícito o modo que são expostas relacionadas a embalagens como: Safadona. Entre outras que definem um padrão de beleza e o posicionamento da figura feminina na sociedade.

O pesquisador Guilherme Sirtoli através de sua colaboração dentro da proposta, utilizou uma imagem que representa o anonimato da mulher dentro da sociedade e a consequente invisibilidade que a a mesma acaba sofrendo pela mídia. A imagem também conversa com o medo urbano de uma mulher andar sozinha pelas ruas, que é discutido cada vez mais na contemporaneidade.

Helena Barbieri traz a temática das preocupações atuais: A exposição ou superexposição das mulheres. A questão discutida é o julgamento a respeito do nu feminino quando usado para empoderamento de si mesma. Espera-se que as mulheres exponham a si e seus corpos e quando isso é feito por vontade própria é mal visto. Há uma naturalização do nu feminino com as redes cosias, quando sem o consentimento da mulher exposta, quando "vazado".
A imagem retrata a "Monalisa do séc. XXI" por representar o modo como devemos enxergar as mulheres: Livres e donas de seus corpo, fumando por que querem sem se importar que isso não seja "coisa de menina"


Ítalo Franco utilizou a Barbie que serve para trazer a reflexão do corpo ideal da mulher e os padrões de beleza. Ao ficar em um tamanho próximo das outras mulheres imaginadas no painel, podemos notar como as formas da boneca são desproporcionais ao corpo humano e, como o corpo magro e a pele clara ainda reforça o preconceito. Visto que as bonecas negras da franquia Barbie estão em números bem menores e são bem menos populares.

Crédito da imagem: Cláudia Brandão

Crédito da imagem: Cláudia Brandão

Crédito da imagem: Cláudia Brandão

Crédito da imagem: Cláudia Brandão

Crédito da imagem: Cláudia Brandão

Crédito da imagem: Cláudia Brandão

Crédito da imagem: Cláudia Brandão

Crédito da imagem: Cláudia Brandão

Painel lambe-lambe da exposição Revisitando Mulheres Imaginadas
Crédito da imagem: Cláudia Brandão

Nenhum comentário:

Postar um comentário