segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O homem, a arte e a natureza na “Toca do Koelho”



No extremo Sul do Brasil, em um cantinho escondido da estrada que nos leva ao Uruguai, encontrei a natureza mais pura que já vi. Foi na Barra do Chuí, lugar de fronteira, onde o sotaque se confunde entre português e espanhol, que no dia 04 de maio de 2012, fomos visitar o museu atelier do escultor sul-rio-grandense. E não vou me esquecer de como que o artista se referiu ao seu espaço como “toca”, em um momento de descontração, que sem duvida foi um dos momentos mais me marcou, dentre tantos outros na visita à Barra do Chuí que realizamos com o grupo de pesquisa PhotoGraphein.

 Quando chamo a natureza daquele lugar de pura, refiro-me à paz que ela nos propicia. Vim de uma cidade agitada, onde quase não há espaço verde, a não ser nos pequenos espaços que a urbanização permite em seus projetos. De onde venho (Santos, SP), a vida é agitada, corrida, e, por mais que haja uma praia ali para nos agraciar a vista, pouco ela é visitada ou admirada, por conta da correria do dia a dia. Lá na Barra do Chuí, a vida parece ser mais leve, proveitosa, com cheiro de mata e água. De água eu digo por que lá foi um dos lugares mais úmidos que já estive (mesmo vindo de uma cidade litorânea, nunca vi uma cerração chegar tão rápido quando naquele dia; vide fotos 1 e 2). Lá, pareceu-me que o tempo passa mais devagar, sendo muito mais aproveitado. E agrado à vista é o que não falta: tudo era motivo para uma fotografia.

O espaço do Koelho nos faz ter uma experiência estética única, possibilitando infinitas formas de inspiração para feitos artísticos. E não afirmo isso em se tratando somente da área verde, mas também das próprias obras do artista. São, no mínimo, impressionantes as esculturas que encontramos assim que entramos no museu. Das esculpidas dos dejetos do mar, foram as de osso de baleia que mais me chamaram atenção. A preservação da estrutura pesada, da textura porosa (vide foto 3), e do tamanho de cada uma delas (vide foto 4) é algo que só uma pessoa com muito contato com a natureza conseguiria tratar. Até ali, na criação, encontramos a natureza.

Digo isso, dos olhos de quem viu somente por algumas horas. Acredito que permanecer lá durante alguns dias faça a experiência estética ser muito mais intensa. Acredito que não só a apreciação seja contemplada em cada um, mas também a fruição, tendo a natureza como fonte inspiradora. Senti por alguns momentos essa vontade de contato com o mundo, e, por mais urbanizada que eu seja, fiquei com vontade de ser uma pessoa que viva em um meio tão puro quanto o que o Koelho vive. Não é de se admirar que ele não queira sair de lá, ou mudar seu meio de vida, afinal, o meio que ele vive já é um meio de vida que acredito que seja difícil encontrar outro igual.

Post de Diana Silveira de Almeida

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