quarta-feira, 22 de agosto de 2012

CONCURSOS FOTOGRÁFICOS



CONCURSO FOTOGRÁFICO BRASIL COTIDIANO
Inscrições de 06 de julho a 05 de outubro de 2012
Informações no link:
http://www.iif.com.br/site/concurso-fotografico-brasil-cotidiano/

CONCURSO DE FOTOGRAFIAS E VÍDEOS DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DA AMÉRICA LATINA 2012
Inscrições até 19 de setembro de 2012
Informações no link:
http://www.crespial.org/es/Content2/index/0075/CR/0/concurso-de-fotografias-y-videos-del-pci-de-latinoamerica-2012

3º CONCURSO FOTOGRÁFICO VOCÊ NOS TRILHOS
Inscrições de 01 de agosto a 15 de outubro de 2012
Informações no link:
http://www.amantesdaferrovia.com.br/page/concurso-fotos

9º Concurso SESC de Fotografias - CORPO EM MOVIMENTO
Inscrições de 21 de julho a 21 de setembro de 2012
Informações no link:
https://www.sesc-rs.com.br/concursodefotografia/index.htm


Post de Chanaísa Melo

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A casa e obra de Hamilton Koelho



Casa é o nosso primeiro universo. Até a mais modesta habitação, vista intimamente, é bela. Vive a casa em sua realidade e em sua virtualidade, através do pensamento e dos sonhos e é ela quem abriga o devaneio, a casa protege o sonhador, a casa nos permite sonhar em paz, como nos diz Bachelard.

Onde é a nossa casa? Ela necessariamente precisa ser revestida por paredes? A parede não é mais o que delimita e define o lugar onde vivemos, é o que separa os lugares de onde os outros vivem. Então, talvez a nossa casa seja o universo inteiro, sem quartos, sem paredes e sim a céu aberto.

É desse modo que entendo o trabalho de Hamilton Koelho – Artista gaúcho, considerado o primeiro habitante do Brasil (ou o último, depende do ponto de vista) sua casa fica a alguns metros da fronteira da Barra do Chuí (extremo sul do Brasil) com Uruguai e nos fundos do seu terreno vão até o Oceano Atlântico, mar aberto, com uma extensão de praia de 214 quilômetros. Ao norte, espalha-se o pampa gaúcho, recortado pelas lagoas Mirim e Mangueira: um mundão de planícies alagadiças. 

Seu trabalho basicamente consiste em transformar restos mortais de baleias (sua principal fonte de matéria prima) em arte, despertando a consciência ecológica.

As esculturas de Koelho não partem de objetos industrializados, mas se apropriam de matérias naturais como ossos de baleia, restos de naufrágios e tudo o que o mar trouxer para presenteá-lo. Assim, pode-se perceber a força sensível que as esculturas impõem, mesmo constituídas de restos mortais de um animal, remetendo a morte, a chegada desses ossos até a beira mar nos faz notar o reencontro da matéria com o artista e a transformação da mesma quando disposta em um espaço onde o sensorial individual analisará as formas naturais.

É uma observação e interpretação que vai ocorrendo lentamente, pois ela acontece também pela percepção do espaço em volta (um pedaço de terra longe de tudo, as vezes esquecido?), a compreensão da naturalidade envolvida. Porém, a arte em sua simplicidade não precisa ser entendida, apenas sentida. 

Referências:
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Tradução de Antônio da Costa Leal e Lígia do Valle Santos Leal. São Paulo, 1948.
PEREC, Georges. Espécies de espaços. Notas traduzidas por Marina da Silva.Edição Galilée, Paris, 1974.

Post de Mariana Corteze

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O homem, a arte e a natureza na “Toca do Koelho”



No extremo Sul do Brasil, em um cantinho escondido da estrada que nos leva ao Uruguai, encontrei a natureza mais pura que já vi. Foi na Barra do Chuí, lugar de fronteira, onde o sotaque se confunde entre português e espanhol, que no dia 04 de maio de 2012, fomos visitar o museu atelier do escultor sul-rio-grandense. E não vou me esquecer de como que o artista se referiu ao seu espaço como “toca”, em um momento de descontração, que sem duvida foi um dos momentos mais me marcou, dentre tantos outros na visita à Barra do Chuí que realizamos com o grupo de pesquisa PhotoGraphein.

 Quando chamo a natureza daquele lugar de pura, refiro-me à paz que ela nos propicia. Vim de uma cidade agitada, onde quase não há espaço verde, a não ser nos pequenos espaços que a urbanização permite em seus projetos. De onde venho (Santos, SP), a vida é agitada, corrida, e, por mais que haja uma praia ali para nos agraciar a vista, pouco ela é visitada ou admirada, por conta da correria do dia a dia. Lá na Barra do Chuí, a vida parece ser mais leve, proveitosa, com cheiro de mata e água. De água eu digo por que lá foi um dos lugares mais úmidos que já estive (mesmo vindo de uma cidade litorânea, nunca vi uma cerração chegar tão rápido quando naquele dia; vide fotos 1 e 2). Lá, pareceu-me que o tempo passa mais devagar, sendo muito mais aproveitado. E agrado à vista é o que não falta: tudo era motivo para uma fotografia.

O espaço do Koelho nos faz ter uma experiência estética única, possibilitando infinitas formas de inspiração para feitos artísticos. E não afirmo isso em se tratando somente da área verde, mas também das próprias obras do artista. São, no mínimo, impressionantes as esculturas que encontramos assim que entramos no museu. Das esculpidas dos dejetos do mar, foram as de osso de baleia que mais me chamaram atenção. A preservação da estrutura pesada, da textura porosa (vide foto 3), e do tamanho de cada uma delas (vide foto 4) é algo que só uma pessoa com muito contato com a natureza conseguiria tratar. Até ali, na criação, encontramos a natureza.

Digo isso, dos olhos de quem viu somente por algumas horas. Acredito que permanecer lá durante alguns dias faça a experiência estética ser muito mais intensa. Acredito que não só a apreciação seja contemplada em cada um, mas também a fruição, tendo a natureza como fonte inspiradora. Senti por alguns momentos essa vontade de contato com o mundo, e, por mais urbanizada que eu seja, fiquei com vontade de ser uma pessoa que viva em um meio tão puro quanto o que o Koelho vive. Não é de se admirar que ele não queira sair de lá, ou mudar seu meio de vida, afinal, o meio que ele vive já é um meio de vida que acredito que seja difícil encontrar outro igual.

Post de Diana Silveira de Almeida